Com a presença de Jones Manoel e Movimentos sociais, Sindmetro-PE promove debate sobre as privatizações em Pernambuco
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) realizou, na última sexta-feira (15), um importante debate sobre as ameaças de privatização no estado. A discussão girou em torno da entrega da Compesa e da CBTU Recife à iniciativa privada, reunindo lideranças sindicais, movimentos sociais e representantes da sociedade civil.
Na mesa de abertura, participaram Luiz Soares (presidente da Fenametro), Thiago Mendes (vice-presidente do Sindmetro-PE), Kátia Botafogo (diretora do Sindicato dos Urbanitários), Anderson Quadros (engenheiro da Compesa) e Jones Manoel (professor, historiador e comunicador popular).
Abrindo o debate, o presidente da Fenametro e do Sindmetro-PE, Luiz Soares, destacou que a luta contra as privatizações não é exclusiva dos trabalhadores do setor, mas de toda a população:
“Atualmente existem vários segmentos da sociedade discutindo essa problemática que se encontra, tanto no Governo do Estado como no Governo Federal. Essa não é uma luta apenas dos metroviários ou dos urbanitários, é uma luta do povo e isso precisa ser transmitido, para que todos se unam contra essa crueldade que querem cometer no serviço público.”
Na mesma linha, Kátia Botafogo, do Sindicato dos Urbanitários, criticou a lógica de transformar direitos em mercadoria:
“O privado não está preocupado se a gente vai ter uma coleta de água, se as doenças vão se acabar com abastecimento de água. Quem tem que se preocupar é o governo, que usa o dinheiro dos nossos impostos para investir. O que está acontecendo é o contrário: o governo deixa de cumprir seu papel e abre espaço para que o privado lucre com o que é do povo.”
Representando os metroviários, o vice-presidente do Sindmetro-PE, Thiago Mendes, reforçou a importância do metrô como política pública acessível, desmontada a partir do governo Bolsonaro:
“No governo Bolsonaro, a CBTU foi colocada na lista de privatizações com o argumento de que a passagem era muito barata. Na época, era R$ 1,60 e por muitos anos se manteve nesse valor. Isso porque a empresa cumpria um papel social, garantindo o direito de ir e vir da população.”
O professor e comunicador popular Jones Manoel destacou a necessidade de cobrar coerência de governos que se dizem comprometidos com os trabalhadores:
“A palavra pode até convencer, mas o que arrasta é o exemplo. É triste ver parlamentares reclamando que não se pode cobrar o presidente Lula. Tem que cobrar, porque ele fez promessas à classe trabalhadora. Privatização não combina com projeto de esquerda.”
O debate foi aberto à participação do público, que reforçou o papel dos servidores e da sociedade na defesa dos serviços públicos. Entre os temas levantados, houve críticas ao BNDES, apontado como agente facilitador das concessões ao setor privado, e a necessidade de uma gestão pública mais eficaz e transparente.
Os presentes também reforçaram a importância da mobilização popular, unindo trabalhadores, sindicatos e usuários na luta contra a privatização de serviços essenciais.
O encontro terminou com uma forte mensagem de unidade e cobrança ao governo Lula, que até o momento não cumpriu as promessas feitas na pré-campanha de manter o metrô do Recife estatal. Para o Sindmetro-PE e entidades parceiras, a luta em defesa do metrô e da Compesa continua sendo central para garantir transporte e saneamento público, acessível e de qualidade para a população pernambucana
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